terça-feira, 25 de março de 2008

Idade Antiga

A arte na Idade Antiga mostra-nos diversos fundamentos ideológicos, pois é extremamente abrangente e composta pelas riquezas das artes egípcia, grega, romana, paleocristã, bizantina e islâmica. Enquanto a arte egípcia é ligada ao espírito, aos deuses e sua glorificação, a arte grega liga-se à inteligência. A arte grega volta-se para o gozo da vida presente, contempla a natureza, o artista, através da arte, exprime suas manifestações. Na sua constante busca da perfeição, o artista grego cria uma arte de elaboração intelectual em que predominam o ritmo, o equilíbrio, a harmonia ideal. Eles têm como características: o racionalismo; amor pela beleza; interesse pelo homem e a democracia. A arte romana sofreu duas fortes influências: a da arte etrusca popular, voltada para a expressão da realidade vivida, e a da greco-helenística, orientada para a expressão de um ideal de beleza. Enquanto os romanos desenvolviam uma arte colossal e espalhavam seu estilo por toda a Europa e parte da Ásia, os cristãos (aqueles que seguiam os ensinamentos de Jesus Cristo) começaram a criar uma arte simples e simbólica executada por pessoas que não eram grandes artistas. Surge a arte cristã primitiva. A arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e do Oriente. Foi conduzida pela religião. A união de alguns elementos dessa cultura formou um estilo novo, rico tanto na técnica como na cor. A Arte islâmica, inevitavelmente, absorveu traços dos povos conquistados. De origem nômade, os muçulmanos demoraram para estabelecer sua própria identidade artística. Ao definir seu estilo conceitual e religioso, nos deixaram as belas cúpulas nas mesquitas e lindos tapetes persas.


Arte Egípicia


A civilização egípcia foi uma das mais importantes da Antigüidade e também muito rica em suas manifestações culturais. A religião era o aspecto mais significativo de sua cultura, orientando sua produção artística. Assim, os antigos egípcios acreditavam firmemente na vida depois da morte e a maior parte de sua arte encontra-se em túmulos e monumentos. Infelizmente, muito da arte egípcia desapareceu, ladrões saquearam tumbas e ruínas e a maior parte do que se conhece chegou até hoje através de sua escrita.

PINTURA

Os egípcios antigos começaram a pintar aproximadamente há seis mil anos. Os artistas egípcios pintavam sobre as paredes dos templos e palácios, mas grande parte de seus melhores trabalhos é vista em tumbas. Como outros povos primitivos, os egípcios acreditavam que a arte era uma maneira mágica de transportar coisas deste mundo até o mundo para onde as pessoas iam depois da morte. Os artistas decoravam as tumbas com afrescos que mostravam pessoas e objetos relacionados com a vida do morto. Alguns especialistas acreditam que eles queriam certificar-se de que os deuses compreendiam os afrescos, de maneira que as pessoas mortas pudessem recuperar seus bens no outro mundo. Isto explicaria por que os artistas egípcios pintavam de acordo com regras rigorosas que quase não se alteraram durante milhares de anos. As figuras por eles desenhadas parecem rígidas. As cabeças humanas são sempre pintadas de perfil. Os ombros e o corpo voltam-se para a frente, e os pés, para um lado. As pessoas importantes nas pinturas do Egito antigo aparecem maiores do que as outras.

Os artistas pintavam as tumbas apenas para os deuses e as almas dos mortos. As tumbas eram trancadas e se pretendia que os afrescos lindamente coloridos nunca mais fossem vistos.

ESCULTURAS

A escultura egípcia desenvolveu-se no Egito há cerca de 3.000 a.C. e continuou sem mudanças por mais de três mil anos. Era feita para reverenciar uma pessoa ou comemorar um acontecimento. Estátuas de reis e rainhas que os egípcios consideravam deuses, eram feitas em tamanhos enormes. Faraós incentivavam e financiavam os artistas. Uma das estátuas mais bonitas é o busto da Rainha Nefertiti, onde um rosto ainda jovem, mostrava traços perfeitos e melancólicos. Relevos eram esculpidos nas paredes dos templos retratando cerimônias religiosas ou grandes acontecimentos como batalhas importantes. Os escultores egípcios também entalhavam estátuas em madeira ou pedra para serem colocadas em sepulturas para representar o morto. Estas figuras mostravam cenas da vida cotidiana iguais às atividades que se acreditava que o morto iria desempenhar no outro mundo. Suas oficinas eram muito organizadas, aprendizes faziam o trabalho mais pesado do começo do entalhe, escultorro ou prata que eram marteladas até adquirirem a forma desejada. Estas pequenas esculturas faziam parte da decoração de es práticos realizavam o entalhe final e o acabamento ficava para o especialista, que mais tarde tornava-se um chefe da oficina. Elmos, escudos e taças eram primeiro entalhadas em madeira e depois cobertas de folhas de oupalácios.

ARQUITETURA

A arquitetura egípcia tem características pesadas, identificando durabilidade e solidez. Ao observá-las, percebemos um clima misterioso e um sentimento de eternidade. As pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos são as obras arquitetônicas mais antigas do Egito juntamente com a esfinge do faraó Quéfren. Elas foram construídas com toneladas de pedras magnificamente lapidadas. Seu interior era um labirinto que levava à câmara funerária, onde ficava a múmia do faraó e seus pertences.

Os templos e túmulos são também monumentos de grande expressão e se classificam em Pirâmide (túmulo real, destinado ao faraó), Mastaba (túmulo para a nobreza) e Hipogeu (túmulo destinado à gente do povo). As colunas egípcias de dividem em Palmiforme (flores de palmeira), Papiriforme (flores de papiro) e Lotiforme (flor de lótus).





Arte Grega

Foram os micênios que criaram as primeiras obras gregas, depois que seus palácios foram destruídos. Houve uma época muito pobre artisticamente, apenas a cerâmica de Atenas se desenvolveu. Devido ao contato entre os gregos e os povos orientais, a arte grega desenvolveu-se com características próprias, como o ritmo, o equilíbrio, a harmonia, um profundo humanismo e a eterna busca da perfeição. Seus ideais de beleza foram imitados por romanos, renascentistas e até hoje influenciam a arte.

PINTURA

O Castigo de Ixion, 79 d.C. Os gregos antigos dedicavam-se mais à arquitetura e à escultura do que à pintura. Quase toda a pintura grega que chegou aos nossos dias encontra-se em peças de cerâmica, especialmente vasos. Os gregos faziam vasos de belas formas e os decoravam com cenas da vida diária e histórias de seus deuses e heróis.

Artistas gregos do final do século VI e do século V a.C. pintavam figuras negras sobre a cerâmica de cor natural vermelha. Este método tornou-se conhecido como "o estilo da figura negra". Um pintor chamado Exekias era mestre desse estilo.

A partir de 530 a.C., aproximadamente, artistas gregos criaram "o estilo da figura vermelha", o inverso do estilo anterior. Os artistas pintavam a cerâmica em negro e deixavam aparecer o fundo vermelho natural nas formas de suas figuras. Os pintores deste estilo, assim como os escultores gregos desse período, criaram figuras altamente realistas. Este estilo tornou-se a principal característica da chamada arte clássica dos gregos e romanos.

ESCULTURA

Os primeiros escultores gregos fizeram trabalhos simples, mas aprenderam aos poucos a fazer figuras realistas, estilo que foi copiado até o fim do século XIX. Houve três períodos na escultura grega: a escultura arcaica, a clássica e a helenística. Primeiramente os artistas só sabiam fazer pequenas figuras de argila e bronze. Com os fenícios e outros povos do Oriente, os gregos aprenderam a fazer figuras de argila com moldes; neste período arcaico desenvolveram um estilo rígido. No fim do século VIII a.C., os gregos aprenderam a fazer estátuas maiores com os egípcios e como trabalhar em pedras mais duras como o mármore branco. Com o tempo foram se aperfeiçoando e conseguiram fazer figuras mais vivas. Entalharam muitas figuras de homens nus, em pé, representavam servidores no templo de um deus; estas figuras chamavam-se curos.

As figuras femininas eram chamadas de corês, estavam sempre vestidas, em posição frontal e com expressão calma. No período clássico, aprenderam a fazer roupas com pregas, às vezes soltas, às vezes grudadas no corpo. Faziam esculturas de deuses, que para eles pareciam muito com os homens. A primeira escultura clássica importante apareceu no templo de Zeus, em Olímpia. O ponto culminante desta fase são as esculturas do Partenão em Atenas. Aos poucos as esculturas das figuras humanas passaram a ser mais fortes e as femininas já apareciam nuas.

Entre os escultores estão Lisipo, que fez figuras atléticas, e Praxíteles, com suas deusas e deuses num estilo suave e harmonioso. Não podemos deixar de citar a grandiosa Vênus de Milo, de autor desconhecido. A escultura de retratos começou neste período. Alexandre, o Grande, com suas conquistas, levou a cultura grega ao Egito e ao Oriente, depois de sua morte, e seu império foi dividido em reinos menores. Nestes reinos, as cortes encorajaram escolas de arte locais e houve então uma mistura de suas idéias com a arte grega; como resultado surgiu a arte helenística. Uns seguiam o estilo mais clássico enquanto outros preferiam figuras mais ativas e dramáticas. Entre as escolas mais famosas desta época destacam-se as que se localizavam em Rodes, Pérgamo e Alexandria.

1. 2.

3. 4. 5.

1. Amazona Ferida
2. Hermes com Dionisio - Escultura atribuída a Praxíteles
3. Herácles - Escultura atribuída a Lisipo
4. Orfeu e os Animais
5. Afrodite

ARQUITETURA


Partenon em Atenas, Grécia

As construções gregas exibem belos templos, teatros, ginásios (edificações para a cultura física) e praças (lugar onde os gregos se encontravam para conversar e filosofar). Desses monumentos, o que desperta maior interesse são os templos. Construídos sobre uma base de três degraus, se erguiam colunas que sustentavam a arquitrave, o friso e a cornija, segundo modelos da ordem dórica (simples e maciça. O fuste da coluna era monolítico e grosso. O capitel era uma almofada de pedra. Nascida do sentir do povo grego, nela se expressa o pensamento. Sendo a mais antiga das ordens arquitetônicas gregas, a ordem dórica, por sua simplicidade e severidade, empresta uma idéia de solidez e imponência), ordem jônica (representava a graça e o feminino).

A coluna apresentava fuste mais delgado e não se firmava diretamente sobre o estilóbata, mas sobre uma base decorada. O capitel era formado por duas espirais unidas por duas curvas. A ordem dórica traduz a forma do homem e a ordem jônica traduz a forma da mulher) e ordem coríntia (o capitel era formado com folhas de acanto e quatro espirais simétricas, muito usado no lugar do capitel jônico, de um modo a variar e enriquecer aquela ordem. Sugere luxo e ostentação).

Arte Romana


A arte romana recebeu influência da arte etrusca, que era popular e retratava a realidade, e da grega, que dava uma grande importância à beleza. Como tinham grande admiração pela arte grega, os romanos basearam toda a sua criação nas fontes gregas. Muitos de seus artistas eram de origem grega e apesar de copiarem muitas coisas, tinham uma temática diferente, aproximavam-se mais da realidade e davam muito valor ao traço fisionômico das pessoas. Decoraram vilas e palácios, faziam pintura de mural e reproduziam efeitos de profundidade. Destacaram-se na arquitetura.

PINTURA

Aquiles e Azax jogando dados, 530 a.C. Os artistas romanos sofreram grande influência dos gregos. Os pintores romanos davam às figuras de suas obras a mesma aparência natural encontrada na escultura clássica grega e romana. Os artistas romanos acentuavam o realismo de seus trabalhos pintando convincentes ilusões de profundidade, sombreamento e luz refletida. Criar a ilusão de profundidade é chamado desenhar em perspectiva. Os romanos foram dos primeiros a desenvolver essa importante técnica.

Alguns dos melhores exemplos de pintura romana foram encontrados nas ruínas de Pompéia. A casa de dois irmãos chamados Vettius contém afrescos pintados meticulosamente, que retratam histórias acerca de Íxion, herói mítico.

ESCULTURA

A escultura romana primitiva foi influenciada pelos etruscos e pelos gregos. Quando os romanos conquistaram a Grécia e os reinos helenísticos, trouxeram muitas estátuas gregas para Roma e encorajavam os artistas gregos a trabalharem para os romanos. Os retratos foram muito importantes na escultura romana, como se encontram em bustos e personalidades; eram mais realistas que os gregos, principalmente nas formas do rosto. Os escultores romanos faziam uma cabeça e aproveitavam o corpo de um deus esculpido por um grego, copiavam escultoras gregas e faziam suas modificações. Os romanos eram muito religiosos e muitos de relevos feitos em altares mostram cerimônias e histórias simbólicas. Eles também se interessavam muito em mostrar acontecimentos históricos, como se nota em suas colunas. As decorações nos ataúdes tinham muito do estilo grego, mas suas idéias sobre a morte eram romanas e mais tarde cristãs.


Ara Pacis

Lucio Vero

Coluna de Trajano

ARQUITETURA

A arquitetura romana traduz diversas características marcantes. As construções eram de extrema grandeza material e realismo. Identificamos essas características através das funções para as quais foram construídas. São elas:

1) Religião: Templos
Local construído para reunião do povo e a prática dos cultos. Não se sabe muito sobre os templos romanos e o mais conhecido foi chamado de Panteão, em Roma.

2) Comércio e civismo: Basílica
Local construído para as operações comerciais e jurídicas. Sua planta era grande e retangular, dividida por colunas. Com o advento do Cristianismo, passou a designar uma igreja com certos privilégios. A mais conhecida chamava-se Basílica Julia (iniciada no governo de Julio Cesar).

3) Higiene: Termas
As termas eram compostas por piscina, jardins, ginásio. Além de serem casa de banho, funcionavam como um centro de reuniões sociais e esportivas de Roma. A mais famosa chamava-se Caracala.


Termas de Caracala, Roma

4) Divertimentos: Circos, Teatros, Anfiteatros, Ginásios
Sofreram forte influência grega e objetivavam a realização de diversos eventos. O mais importante era o circo, realizando corridas de cavalos, lutas, torneios. Podemos visitar as escavações e ruínas do mais importante circo de Roma, chamado Circus Maximus. Os teatros ocupavam um espaço de destaque na arquitetura romana com cenários versáteis, giratórios e substituíveis. O mais célebre chamou-se Marcellus. Os anfiteatros abrigavam o povo romano para assistir às lutas de gladiadores, um espetáculo que podia ser apreciado de qualquer ângulo devido ao estilo da construção. O mais belo anfiteatro romano chamou-se Coliseu e podemos conferir suas ruínas no centro de Roma. Uma construção de vários andares, com capacidade para 40.000 pessoas sentadas e 5000 em pé, toda ornamentada com esculturas e colunas dóricas, jônicas e coríntias.

5) Monumentos Decorativos: Arco de Triunfo e Coluna Triunfal
Ressaltamos também na arquitetura romana os monumentos decorativos como o Arco de Triunfo, em homenagem aos imperadores e generais vitoriosos e Coluna Triunfal, narrando e comemorando feitos históricos. O mais famoso é o Arco de Tito, todo construído em mármore, no Fórum Romano e a mais importante é a Coluna de Trajano, com friso em espiral e narrativas em baixo-relevo.

6) Moradia: Casa
As casas romanas eram construídas ao redor de um pátio chamado Atrio.

Panteão Romano

Arco do Triunfo

Arte Paleocristã

A arte paleocristã como expressão simples e simbólica, originou-se dos cristãos, seguidores dos ensinamentos de Jesus Cristo. Surgiu então a arte cristã primitiva. Com o nascimento de Cristo, uma nova era ameaçou os romanos, desencadeando a perseguição aos cristãos e seu "Rei Espiritual" e "Profeta". Esta fase de perseguição ficou registrada nas catacumbas (cemitérios subterrâneos) onde os cristãos celebravam seus cultos. Estas catacumbas se localizam em Roma e as pinturas simbólicas expressam bem os sentimentos da época. A simbologia das pinturas exibe peixes, ovelhas, cordeiros que traduzem nossas passagens bíblicas, Jesus, o Pastor e seus seguidores. Podemos visitar as catacumbas de Santa Priscila e Santa Domitila, próximas de Roma. A perseguição aos cristãos levou três séculos até que o Imperador Constantino reconheceu o Cristianismo, dando início à segunda fase da arte paleocristã que envolveu a utilização das basílicas cedidas pelos romanos aos cristãos para suas celebrações. A arte dos mosaicos utilizada nas basílicas expressava as passagens do Antigo e Novo Testamento e também apareceram nos mausoléus e sarcófagos usados pelos cristãos mais ricos.

PINTURA

A pintura paleocristã é bastante escassa e totalmente simbólica. Restaram alguns afrescos, encontrados nos muros das catacumbas; seus temas eram sempre baseados no Cristianismo, podiam representar orações, figuras humanas e de animais, símbolos cristãos e passagens dos Evangelhos e cenas típicas da vida religiosa da época.



ESCULTURA

A escultura se destaca mais por seu significado e simbolismo do que pelas formas e é encontrada nos sarcófagos. Baixos relevos de pouca qualidade transmitem a espiritualidade. Suas figuras dão ênfase às cabeças, que seriam para eles o centro da espiritualidade. Existem poucas estátuas e quase sempre representavam o Bom Pastor. As decorações dos sarcófagos compreendiam cenas em seqüência, personagens entre colunas e um medalhão central.





ARQUITETURA

A arquitetura paleocristã foi simples e caracterizada pela simbologia das passagens da Bíblia. Destacamos numa primeira fase catacumbas e cemitérios subterrâneos em Roma para celebração de cultos cristãos.

Ainda hoje podemos visitar as catacumbas de Santa Domitila e Santa Priscila. Com a legalização do Cristianismo, surgem as basílicas, edificações enormes com 3 naves e um portão principal na fachada, destinadas ao comércio e assuntos judiciais. Com o fim da perseguição aos cristãos, os romanos cederam algumas basílicas para os cultos cristãos. As basílicas cristãs foram revestidas com mosaicos contando passagens do Antigo e Novo Testamento. Os mausoléus e sarcófagos, utilizados pelos mais ricos, também receberam esse mesmo material.

Arte Bizantina

Arte bizantina é uma expressão artística que teve início a partir do século VI, fortemente enraizada no mundo helenístico e como continuação da arte paleocristã. Era uma mistura do luxo e riqueza oriental com a sobriedade dos romanos. É uma arte religiosa. Seu centro foi a antiga colônia grega Bizâncio, onde no ano de 330, Constantino fundou a cidade de Constantinopla, hoje Istambul; foi a primeira grande arte cristã; se preocupava mais com a sensibilidade e força primitiva do que com a beleza física. Em seus primeiros momentos se mostrou conservadora, transmitindo formas artísticas que influenciaram muito a cultura ocidental medieval. Os períodos de arte bizantina se ajustaram às grandes fases de sua história política. Na epoca de Justiniano, se inicia a primeira etapa especificamente bizantina: a Primeira Idade de Ouro que compreende os séculos VI e VII, é a etapa de formação da arte bizantina em seus aspectos básicos. Em torno de 850, teve início a Segunda Idade de Ouro, que durou até a tomada de Constantinopla pelas cruzadas; nesta época se consolidam os aspectos formais e espirituais, é verdadeira arte criadora, definindo a estética bizantina. A terceira Idade do Ouro se centrou no século XIV e terminou com a tomada de Constantinopla. Depois, o estilo bizantino floresceu nos países eslavos, Rússia e sudeste da Europa.

PINTURA


A partir do século IV, os cristãos orientais gradualmente se separaram dos ocidentais, que se submetiam ao papa. A arte dos cristãos orientais é chamada bizantina porque a religião tinha seu centro em Bizâncio. No século V, os artistas bizantinos tinham criado um estilo particular de pintura religiosa, estilo este que permaneceu quase inalterado até os dias de hoje. As pinturas bizantinas apresentam figuras coloridas, mas irreais, que representam mais figuras religiosas do que pessoas humanas.

ESCULTURA

Os escultores bizantinos faziam peças muito ligadas a motivos religiosos, com uma mistura de influências orientais e romanas.

Em sua primeira fase, dedicavam-se ao baixo relevo em mármore, pedra, madeira e marfim. Surgiram depois trabalhos ornamentais em capitéis com motivos vegetais e animais e em sarcófagos. Mas as obras principais da escultura bizantina são as pequenas peças.

Suas obras cuidam pouco do semblante, são frontais e formais, os olhos grandes e olhando para cima, pretendendo transmitir inquietações. As grandes estátuas são de mármore, as pequenas organizadas em dípticos portáteis feitos em marfim.

Apesar de escassas, entre suas obras destacam-se: o díptico Barberine, a famosa cadeira do Bispo Maximiano, em Ravena esculpida sobre placas de marfim, no ano 533.

ARQUITETURA

A arte bizantina sofreu influências de Roma, Grécia e também do Oriente. A integração dos elementos culturais desses povos formou o primeiro estilo de arte cristã, rica em técnica e cor. Nesse período, a religião regia as artes, e na arquitetura não aconteceu diferente.


Mosaico dos Reis Magos na
greja de Santo Apolinário, Ravena, Itália

A arquitetura bizantina foi marcada pelas construções de igrejas, termas, teatros e palácios ricamente construídos e decorados. As igrejas receberam mais atenção, elas eram edificações enormes, planejadas sobre uma base circular, quadrada ou octogonal, com imensas cúpulas; suas paredes e abóbadas eram revestidas de mosaicos, confeccionados com técnicas diferentes dos romanos, exibiam um vidro brilhante e extremo realismo, com as pessoas representadas de frente e verticalizadas, criando uma espiritualidade sinistra e utilizando o dourado em demasia para enaltecer o ouro, a riqueza da terra. Destacamos a Igreja de Santa Sofia, em Istambul, como o maior monumento da arte e arquitetura bizantina.


Igreja de Santa Sofia, Istambul

Arte Islâmica

Os muçulmanos levaram um certo tempo para encontrar sua identidade artística por serem nômades, terem convivido com diversos povos conquistados por eles e inevitavelmente absorveram seus estilos. Entretanto souberam filtrar e escolher esses sentimentos para transformá-los na identidade própria da arte islâmica. Ela é conceitual e religiosa. Combina traços ornamentais com escrita, identificando sempre o religioso e o belo de acordo com os preceitos muçulmanos. A arte islâmica num primeiro momento parece voltada para os ricos. No entanto a importância da religião como base para a organização social e política da vida muçulmana conscientiza toda a comunidade descaracterizando este preconceito. As pinturas islâmicas são representadas por afrescos e miniaturas. Enfeitavam paredes de palácios, mesquitas e prédios públicos. Sofreram influências helênicas, indianas, bizantinas e chinesas. Usavam o dourado como fundo. Na arte islâmica aparecem também a técnica dos mosaicos figurativos e arabescos.

PINTURA

A pintura islâmica é basicamente o embelezamento de livros graças à caligrafia e às ilustrações. Para aumentar a beleza dos livros, calígrafos copiavam textos com lindas letras e artistas acrescentavam ilustrações. Os primitivos artistas islâmicos decoravam as páginas com desenhos rebuscados, porque sua religião proibia a reprodução de animais e seres humanos. Só mais tarde artistas islâmicos, principalmente os que viviam na Pérsia, começaram a pintar figuras humanas e animais. Além do Corão, livro sagrado do islamismo, os artistas persas ilustraram coleções de fábulas, histórias, poemas de amor e obras científicas.




ESCULTURA

A maior parte da escultura islâmica era feita em metal: ouro, prata e bronze.

Como não podiam retratar pessoas, artesãos esculpiam arabescos, figuras de animais e desenhos geométricos, encontrados esculpidos em seus frisos. Sua arte era usada somente para decoração. Pouco restou de sua escultura; é famosa "Os Leões de Alhambra" que se encontra no Patrimônio Histórico de Alhambra, em Granada na Espanha e o trono em mármore do Palácio de Gulistan em Teerã.




ARQUITETURA

A arquitetura islâmica se preocupou com formas geométricas, como o quadrado e o cubo. Os palácios e castelos, onde residiam os emires (governantes), possuíam forma quadrangular, eram cercados de muralhas, parecendo fortalezas e constituíam uma arquitetura de segunda classe, o que não ocorria com a arquitetura sagrada. A exemplo disso temos a Grande Mesquita de Damasco e a Cúpula da Roca, em Jerusalém.


A Grande Mesquita de Damasco

Os locais para oração conhecidos como mesquitas e alguns edifícios públicos foram construídos segundo a casa de Maomé em Medina - planta quadrangular, pátio voltado para o sul com fontes para o banho de corpo inteiro ou parte dele e duas galerias com teto de palha e colunas de tronco de palmeira. O espaço para orar era coberto.

Existiram numerosos modelos de mesquitas, o mais comum foi o de cúpula de pendentes, cobrindo o quadrado com um círculo. O minarete, uma espécie de torre cilíndrica ou octogonal muito alta, que ficava fora da mesquita, servia para convidar os fiéis à oração. Outra construção significativa era o mausoléu ou monumento funerário, parecido com a mesquita em sua forma e destinado aos mártires e santos.


Cúpula de Roca, em Jerusalém





fonte:www.edukbr.com.br